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521 palavras
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O autor enfoca o tempo todo o estado brasileiro a partir de sua reconfiguração institucional nos anos da década noventa do último século. As ações políticas de desregulamentação e evasão do estado das responsabilidades com o provimento de respostas constitucionais aos direitos sociais desenvolvidas, sobretudo pelo Governo FHC nos últimos 8 anos é, sobretudo, o que está em foco. Montaño demonstra como na gestão de Bresser Pereira no antigo Ministério da Reforma do Estado os discursos de validação estavam carregados de falsos ou obscursos argumentos, todos orientados para a restrição ou redução progressiva de direitos sociais consagrados na Constituição Federal brasileira de 1988. Embora longo, nada em seu texto representa excesso de discurso. Na página 53, início do capítulo 1, afirma a origem do termo Terceiro Setor, cunhado por John D. Rockfeller III, nos Estados Unidos em 1978. Das páginas 54 a 59 mostra as várias debilidades teóricas da expressão, seja por significar coisas diferentes, seja porque recobre vários tipos de entidades, seja porque apresenta sentidos que mais confundem que esclarecem, seja, enfim, pelo fato do termo não ter condições de reunir consenso sobre o seu significado concreto.
O autor busca o que de melhor pôde encontrar na literatura para construir sua análise. Ele aprofunda uma substancial leitura de clássicos da sociedade, política e economia dos últimos 300 anos. Nisso desvenda em que termos uma pretensa esquerda assimilou, como também seu, um discurso tradicional e conservador, isto é, de uma matiz ideológica que se convencionou chamar de direita. Montaño vê que os autores que tratam sobre o terceiro setor podem ser agrupados em duas tendências: a tendência regressiva (p. 60-87) e a tendência de intenção progressista (p. 88-134). Os discursos que pautam a tendência regressiva tentam afirmar-se a partir de Tocqueville de quem o autor demonstra o essencial do pensamentoo (p.63-76) e em Hayek cujo pensamento é também detalhado (76-87).