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BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011.
p.273
1. Estudo do meio como prática interdisciplinar
1.1 Por que realizar um estudo do meio?
O estudo do meio é uma prática pedagógica que se caracteriza pela interdisciplinaridade. A possibilidade de concretizar estudos interdisciplinares tendo como recurso o estudo do meio é indiscutível. Entre os seguidores dos métodos ativos da Escola Nova, a adesão aos estudos do meio foi uma constante. As escolas experimentais brasileiras da década de 60 especializaram-se nos estudos do meio, que passaram a integrar os currículos escolares de maneira efetiva. Com elas sedimentou-se uma metodologia de estudos para alunos das séries finais do ensino fundamental e, posteriormente, surgiram empresas pedagógicas especialmente criadas para esse fim. Dessa maneira, a realização do estudo do meio está inserida em uma “tradição escolar”, embora seus objetivos nem sempre sejam os mesmos para os educadores.
A organização das saídas dos alunos da escola é, na maioria das vezes, bem-aceita e vista de forma positiva, quer pela motivação que gera nos alunos, quer pelas oportunidades pedagógicas que pode oferecer. Muitas vezes, contudo, o estudo do meio pode se tornar sinônimo de excursão, de passeio, sem representar, efetivamente, um “estudo de campo”, um momento específico de aprendizagem mais dinâmica e significativa.
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A autora ressalta a importância do estudo do meio nas disciplinas de História, Geografia e Artes. Segundo ela:
“Para essas disciplinas, o “meio social e físico” corresponde a um laboratório de ensino. A sociedade, em suas relações temporais e espaciais, normalmente apresentada por textos escritos ou pela iconografia, situa-se em outra dimensão e profundidade ao ser observada diretamente, pois neste caso surge a oportunidade de dialogar com pessoas, identificar construções provadas e públicas, atentar para fatos cotidianos que geralmente passam