1.Uma breve reflexão sobre a construção do conceito de Infância
“O mundo não é. O mundo está sendo. [...] Não sou apenas objeto da história, mas seu sujeito igualmente. No mundo da história, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar.”
Paulo Freire
1.Uma breve reflexão sobre a construção do conceito de Infância
Atualmente a concepção de infância aparece como uma discursão descomplicada, contudo ao se fazer um resgate histórico percebe-se que a infância passou por grandes modificações resultantes de fatores econômicos, sociais e políticos. E de acordo com Philippe Áries o conceito de infância surgiu apenas por volta do século XIII.
A representação infantil nos trabalhos artísticos, da era medial, não aparecia. Ariès (1981,p.17) relata que “até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representa-la.
Não havia, como na atualidade, uma separação de idades para se definir as diversas fases etárias da vida, Ariès (1981,p.2) destaca que “a importância pessoal da idade deve ter-se afirmado à medida que os reformadores religiosos e civis a impuseram nos documentos, começando pelas camadas mais instruídas da sociedade, ou seja, no século XVI aquelas camadas que passavam pelos colégios.”
Essa diferenciação para as idades começa aparecer na Idade Média:
As “idades da vida” ocupam um lugar importante nos tratados pseudocientíficos da Idade Média. Seus autores empregam uma terminologia que nos parece puramente verbal: infância e puerilidade, juventude e adolescência, velhice e senilidade – cada uma dessas palavras designava uma período diferente da vida.(ARIÈS,1981,p.4)
Em relação à divisão das idades, destacando em especial a primeira infância,
A primeira idade é a infância que planta os dentes, e essa idade começa quando a criança nasce e dura até os sete anos, e nessa idade aquilo que nasce é chamado de enfant(criança), que quer dizer não falante, pois nessa idade a pessoa não pode falar bem nem formar