1 INTRODUÇÃO A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e pressão arterial diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (1). Entre os eventos cardiovasculares estão: acidente vascular cerebral, angina, cegueira e insuficiência cardíaca e renal; Arteriosclerose e aterosclerose são co-morbidades importantes na (HAS), são, respectivamente, o endurecimento das artérias (esclerose das artérias) e o acúmulo de lipídios na túnica intima das artérias (placa de ateroma) (1). Inquéritos populacionais em cidades brasileiras nos últimos 20 anos apontaram uma prevalência de HAS acima de 30%. Considerando-se valores de PA 140/90 mmHg, estudos encontraram prevalência entre 22,3% e 43,9% (média de 32,5%), com mais de 50% entre 60 e 69anos e 75% acima de 70 anos. Entre gêneros, a prevalência foi de 35,8% nos homens e de 30% em mulheres, semelhante à de outros países. Estudos clínicos demonstram que a detecção, o tratamento e o controle da HAS são fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares (2). Os fatores de risco para desenvolvimento de HAS incluem: Idade, gênero, etnia, excesso de peso e obesidade, Ingestão de sal, ingestão de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos, genética e tabagismo (3). O diagnóstico requer que se conheça a pressão usual do indivíduo, não sendo suficiente uma ou poucas aferições casuais. A aferição repetida da (PA) em dias diversos(3). Para manter os valores pressóricos dentro de um limite adequado, abaixo de 130/89 mmHg, conforme recomendação da Diretriz Brasileira de Hipertensão, utilizam-se de medidas farmacológicas e não farmacológicas(1).