1.3. A EXPANSÃO OFICIAL E A CONQUISTA DO RIO GRANDE
Já foi dito que devido a sua localização, a região do atual Rio Grande do Norte tenha sido um dos primeiros pontos visitados do litoral brasileiro. Antes mesmo dos portugueses, os espanhóis estiveram por aqui. Juan de La Cosa e Américo Vespucio estiveram no delta do Rio Açu, segundo apontam registros de mapas seiscentistas. Também os franceses, logo após o descobrimento, habitaram o local onde estabeleceram o comércio e contrabando de pau-brasil com os indígenas e desse relacionamento resultaram as primeiras mestiçagens. O governo português tinha o intuito de efetivar e consolidar o seu domínio quando passaram a mostrar os seus interesses sobre as terras do norte. Com isso a capitania do Rio Grande, abandonada e povoada por contrabandistas, bem relacionados com os indígenas o que lhes dava fácil acesso ao pau-brasil, passou a ser um ponto significativo para a conquista da Paraíba. A conquista da capitania do Rio Grande era importante para a efetivação da colonização. Para tanto, foram expedidas as cartas régias de 1596 e 1597, para o Governador Geral D. Francisco de Souza, e aos capitães-mores de Pernambuco e Paraíba, recomendando ao primeiro que construísse uma fortaleza para sua defesa e fundasse uma povoação. Para o cumprimento das cartas organizou-se uma expedição comandada por Mascarenhas Homem, capitão-mor de Pernambuco, com participação de Feliciano Coelho (capitão-mor da Paraíba), Francisco de Barros Rego, comandante da esquadra; os irmãos mestiços Jerônimo, Antônio e Jorge Albuquerque, os padres Lemos e Gaspar de Samperes, da Companhia de Jesus, o franciscano Frei Bernardino das Neves, perito em língua dos índios, e mais de 700 índios de várias tribos da Paraíba. Essa expedição se dividiu em dois grupos: um pelo mar, sob a direção de Mascarenhas Homem e outro por terra, liderado por Feliciano Coelho. Vencendo diversos obstáculos, os expedicionários conseguiram desembarcar e iniciaram