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A NATUREZA DA LUZ: CONCEPÇÕES CLÁSSICASA natureza da luz: discreta ou contínua?
Da Grécia clássica não permaneceram registros de um interesse pela natureza da luz comparável ao interesse pela matéria e pela sua constituição. O estudo da Óptica naquele período resultou da confluência de diferentes interesses: filosóficos, físico-filosófico e matemático.
No período pré-socrático destacam-se duas correntes sobre o mecanismo da visão. A primeira sustentava que o olho envia um feixe de luz ou de fogo que incide sobre os objetos, ideia essa que vai influenciar a teoria platônica da visão. A segunda defendia que o olho recebe mais ou menos passivamente e fluxos ou imagens provenientes dos objetos.
Os atomistas acreditavam na natureza corpuscular das imagens que chegavam aos olhos, imaginando que estas se formavam a partir de um feixe de partículas de ar.
Euclides apresentou a primeira teoria matemática da visão, concentrando-se em apresentar uma fundamentação geométrica da Óptica. Preocupou-se apenas com o que é observado e pode ser expresso geometricamente, segundo o método descrito em seus elementos. Euclides lançou mão de uma descrição geométrica dos fenômenos luminosos, no sentido mais atual deste termo, separando a questão da propagação física da luz de outras para as quais ele não teria resposta, mostrou que fenômenos reais poderiam ser descritos qualitativa e quantitativamente. Esse foi um marco importante, normalmente não enfatizado, na história da geometrização da física.
Durante a idade media, a luz despertou o interesse de vários estudiosos e, devido a sua natureza única de se propagar na Terra e no Céu, foi vista como de caráter divino. Como exemplo, o erudito inglês Robert Grosseteste considerava que a luz, por sua extensão, condensação e rarefação, explicava todos os fenômenos do Universo.
A primeira contribuição moderna à compreensão da natureza dos fenômenos luminosos destacada é a de Descartes. A formulação de suas ideias sobre a natureza da