091111 Konings
1669 palavras
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Os métodos narrativos e retóricosPe. Jaldemir Vitório SJ
Depois da obsessão pela análise da gênese e da estrutura submersa do texto, a exegese voltou a uma “ingenuidade reconquistada”. Redescobriu a capacidade de ler o texto, sem mais; de ler o movimento da narrativa ou da argumentação retórica que o texto apresenta. (I) O método da análise narrativa verifica a maneira como o narrador construiu a narração, observando as estratégias usadas no ato de produzi-la, tendo em vista os leitores implícitos ou reais. O foco da atenção concentra-se na tríade: narrador – texto – leitor. As perguntas de fundo são: como o narrador trabalhou para produzir o texto oferecido aos leitores? Que recursos literários utilizou para transmitir a mensagem? Como arquitetou o texto que o leitor tem em mãos? A preocupação de fundo é a de verificar o efeito produzido pelo texto sobre o leitor, considerando os expedientes de que se serviu o narrador. O narrador é o autor implícito, identificável nas entrelinhas do texto pelas escolhas feitas no processo de criação literária. O autor real carece de importância. Por outro lado, o leitor é o leitor implícito que o narrador teve em mente no ato de narrar. O leitor real, também, carece de importância. A análise narrativa concentra-se nos seguintes pontos: a) A intriga. É a organização dos componentes narrativos, garantindo que a trama se desenvolva de forma lógica, de fácil percepção pelo leitor. A intriga não pode ficar incompleta. Por mais que a ação comporte conflitos e tensões, afinal, deverá encontrar um ponto de fechamento. Caso contrário deixará o leitor decepcionado. Ou então, quando a intriga é confusa e o leitor não tem como captá-la, o leitor fica desmotivado a continuar. O bom narrador é o que prende a atenção do leitor até o fim. Três são as características do narrador: onipotência – pode fazer tudo quanto quer e como quer no processo de criação literária; onisciência – conhece tudo que lhe interessa para produzir o texto;