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REVISÃOEsteatose Hepática
ESTEATOSE HEPÁTICA
Dr. Edison Roberto Parise
Professor Adjunto da Disciplina de Gastroenterologia da
Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina,
Hepatologista do Grupo de Transplante de Fígado do Hospital Sírio-Libanês
Graças aos avanços dos métodos de imagem e à popularização do ultra-som na avaliação abdominal, um crescente número de casos de infiltração gordurosa do fígado vem sendo detectado. A esteatose hepática (EH) é definida como um acúmulo de lipídios no citoplasma de hepatócitos, sobretudo de triglicérides, excedendo 5% do peso do fígado1. Quando o acúmulo de gordura no fígado ultrapassa 10% e sua distribuição é uniforme pelo órgão, a ultra-sonografia abdominal apresenta elevada acurácia, atingindo de 80% a 95% de acerto diagnóstico2,3.
Inúmeras doenças podem causar esteatoses macrogoticulares e mistas, mas três são as principais etiologias: álcool, vírus C e esteatoses não-alcoólicas.
Na hepatite C a esteatose é extremamente comum (em torno de 50% dos casos) e parece depender de uma ação citopática do vírus4. Quanto ao álcool, sua distinção é mais difícil pela dificuldade de se definir a dose de álcool a ser considerada tóxica para o fígado. Embora seja algo extremamente variável na literatura, muitos utilizam a dose-limite de
20 g de etanol/dia, uma vez que se tem demonstrado que acima dessa dose pode-se encontrar esteatose hepática5. Entretanto, como as mulheres apresentam maior toxicidade com doses menores de álcool, outros autores sugerem 20 g/dia para mulheres e o dobro (40 g de etanol/dia) para homens6 . A grande dúvida não é o bebedor ocasional ou o costumaz, mas sim aquele que bebe com alguma regularidade, em quantidades pequenas. Nesses casos, a melhor conduta é solicitar abstinência completa pelo período de 30 dias e observar a evolução das enzimas hepáticas.
Após a exclusão desses fatores, ficamos com as esteatoses não-alcoólicas. Nesse grupo, a esteatose no fígado pode