06 Luis Alberto Alves
Brasileira
Luis Alberto Nogueira Alves
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Resumo: O presente estudo discute Formação da literatura brasileira como um clássico da crítica e da historiografia literária brasileira, enfatizando o método desenvolvido por Antonio Candido, ao mesmo tempo em que comenta as antigas e as novas objeções dirigidas ao autor.
Palavras-chave: Formação da Literatura Brasileira, método, crítica
P
or que ainda devemos ler Formação da literatura brasileira ? Se não estou enganado, não é a primeira vez que a questão é levantada e, provavelmente, não será a última. Não resta dúvida também que as homenagens são sempre bem vindas e podem perfeitamente representar um avanço considerável acerca de uma obra que tão significativamente marcou e continua marcando os estudos literários. Todavia, por mais paradoxal que seja, as homenagens podem perfeitamente provocar o efeito inverso da iniciativa, neutralizando o homenageado com elogios e agrados, deixando escapar o essencial: o impacto das descobertas sobre o campo intelectual. Numa palavra, é o risco que corre todo clássico nas celebrações. Para evitar tal desfecho, seria desejável resgatar o sentido do livro e seus nexos, visíveis ou não, com o movimento geral da sociedade, que, em última análise, era sua meta.
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O eixo e a roda: v. 20, n. 1, 2011
Vistas as coisas à distância, Formação da literatura brasileira vem cumprindo a digna função de mostrar os distintos públicos que se formaram e continuam se formando à sua volta. Entre os dois pólos, há um vasto histórico de polêmicas que tende inexoravelmente à partidarização do debate, confirmando a suspeita de que há pouca margem de diálogo entre os já convertidos. Uma coisa é certa: desde sua publicação, em 1959, o livro permanece na berlinda, deixando pasmo quem não poderia imaginar que ele fosse capaz de ir tão longe. Nem mesmo o autor poderia imaginar que Formação da literatura brasileira pudesse revelar tanto