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:: PROJETO MEMÓRIA ::
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ANTES DO EXÍLIO
Paulo Freire vive intensamente seu tempo e o ambiente históricopolítico entre a
Revolução de 30 e o Golpe Militar de 64. É nesse período que nasce e se consolida a essência de sua obra. Suas pedagogias nascem de suas práticas, da totalidade de suas experiências de vida. Surgem do envolvimento com camponeses e trabalhadores, desde a época de peladas nos campos de futebol de Jaboatão dos Guararapes/PE, passando pelo
SESI e pelo engajamento nos movimentos populares, ainda na época do Recife, a partir da metade da década de 1950.
No SESI, como Diretor do Departamento de Educação e Cultura, atuou junto às famílias, com as crianças, as mulheres e também encorajando os trabalhadores a discutir seus problemas, integrandose efetivamente ao processo histórico, por meio das comunidades.
Paulo Freire foi um dos fundadores do Movimento de Cultura Popular do Recife (MCP), onde, ao lado de outros intelectuais e do povo, trabalhou para assegurar a inserção crítica e transformadora das classes oprimidas na sociedade brasileira, a partir da cultura popular. No Centro de Cultura Dona
Alegarinha, um círculo de cultura do MCP que discutia os problemas cotidianos na comunidade de Poço da Panela, em
Recife, Freire trabalha de forma mais sistemática o que viria a ser chamado de método de alfabetização.
“... era preciso que eu fosse ao contexto de quem ia aprender a ler, para pesquisar o discurso da cotidianidade e de lá retirar o vocabulário a ser utilizado no processo.” (Descrição a Nilcéa
Lemos Pelandré, Pelandré, 2002, p. 59.)
Rapidamente seu trabalho começou a se tornar muito conhecido. Surgia ali mais que um método, uma