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Prof. Carlos Antonio Brito dos Santos
1. CONCEITOS GERAIS
Apesar de ter se estruturado como Ciência moderna apenas em meados do século XIX, como veremos mais adiante no decorrer do trabalho, sabe-se hoje que os primeiros registros contábeis primitivos foram realizados há cerca de 200 séculos e, portanto, ainda na Pré-história. Segundo IUDÍCIBUS (2005, p. 31), “a Contabilidade é tão antiga quanto o próprio homem que pensa”, ou seja, mesmo que de maneira empírica e, conseqüentemente, não científica, as civilizações primitivas já utilizavam ferramentas contábeis básicas para controlar o seu patrimônio e, em alguns casos, até mesmo apurar custos e elaborar orçamentos, como se nota em registros feitos em pranchas de argila nas civilizações da Suméria e da Babilônia, de acordo com SÁ (1997, p.25).
Devido a essa imensa dimensão histórica, vários autores apresentam categorizações diferentes de períodos para o estudo da evolução do pensamento contábil, no entanto todas não passam de formas diversas de estudo de um único assunto, a História da
Contabilidade. Assim, será empregada no decorrer do presente artigo, para fins de apresentação, a classificação utilizada pelo Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá, onde se encontram expostos sete períodos, dos quais cinco podem ser considerados PréCientíficos, ou seja, anteriores à estruturação da Contabilidade como Ciência (Período
Intuitivo Primitivo; Período Racional-Mnemônico; Período Lógico-Racional; Período da
Literatura; e Período Pré-Científico), e dois Pós-Científicos (Período Científico e Período
Filosófico-Normativo).
2. PERÍODO INTUITIVO-PRIMITIVO
A Contabilidade Intuitiva Primitiva tem início no período denominado no estudo da
Pré-história de Paleolítico Superior (18.000 a.C.), momento no qual ocorrera na região européia a última Idade do Gelo. Foi, entretanto, na chamada Era Neolítica (8.000
a.C.), popularmente conhecida como a Idade da Pedra Polida, que o homem passou a praticar a