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3 Paulino Rita pegou os bebês no colo e pediu que eu a seguisse. Meu pai reforçou a ideia enquanto empunhava uma espada de prata, atento a todos os lados da sala. Corri com Rita pelo corredor de Pedra e ela puxou o cajado de uma das estátuas de anjo, que abriu uma passagem secreta. Eu ainda estava meio tonto com meu corpo piscando igual uma árvore de natal, mas não pude deixar de achar uma passagem secreta em uma mansão uma coisa verdadeiramente legal.
Nós descemos por uma escada circular e eu pude comprovar que aquilo era, de fato, uma construção de pedra, como os castelos medievais. Chegamos em uma sala redonda bem alta, com várias toxas iluminando o local. Dois berços estavam posicionados estrategicamente para receber
Mateus e Fernanda e além deles, havia somente algumas espadas de prata penduradas pela parede, uma mesa de madeira com uma mapamundi aberto e alguns banquinhos, os quais usei para sentar. Eu acabei percebendo que ali, minha aura não mais brilhava. Sem entender nada, finalmente pude questionar Rita:
— Ritinha, o que tá acontecendo? Me responde sem enrolar, por favor.
Ela respirou fundo depois de checar as crianças, que estavam bem depois de chorar desesperadamente durante a descida.
— Nós somos anjos , branquelo. Eu, seus pais, os Albuquerque, Maurício e Alice.
Somos parte de uma sociedade secreta que vive na Terra desde a idade média.
— Como assim? — foi a primeira coisa que consegui dizer. A verdade é que eu tinha entendido cada palavra do que ela tinha dito, mas não seria fácil engolir que meus pais eram anjos —
Anjos?
Tipo, anjos de Deus, essas coisas?
— É um pouco mais complicado, mas no senso comum, é isso mesmo.
— E o que tá acontecendo lá em cima? E por que a gente tá aqui? E por que eu brilhei igual uma árvore de natal?