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A arquitetura de um regime militarComo um governo eleito pelo voto direto, com boa capacidade de mobilização popular a seu favor, havia caído sem a menor resistência, arrastando consigo todo um sistema político?
A crise democrática populista
A queda de Getúlio Vargas marcou o início da democracia populista. No qual, massas populares podia se expressar politicamente através do voto direto, ao mesmo tempo que as elites socioeconômicas mantinham seu poder de mando no país. Todo o sistema convergia para as máquinas partidárias e para o poder de Estado, ambas centralizados em lideranças personalistas – os chefes políticos. A ação desses líderes era decisiva no controle das constantes tensões políticas, ao evitar que elas se transformassem em crises mais agudas que ameaçassem o sistema. As lideranças deviam administrar o frágil jogo entre o controle das massas populares e as concessões necessárias para apaziguá-las, visando à manutenção do poder das elites.
Durante o governo de Getúlio, o varguismo foi o seu maior legado, um conjunto de idéias e práticas sustentadas por um ideário nacionalista, defensor da modernização industrial do país e de sua autonomia política diante das grandes potências, sobre tudo os Estados Unidos. Nessa época a industrialização acelerou-se, aumentando o processo de urbanização, e a classe média e a operária tornaram-se parcelas expressivas da população. Trazendo, dessa maneira, uma nova forma de governo, que visasse a expressão e participação política desses novos agentes.
Do ponto de vista político-partidário, todo o período que se seguiu á deposição de Vargas foi marcado pela aliança no poder de duas das maiores agremiações partidárias então existentes: o Partido Social Democrático (PSD)que reunia parte das elites agrárias, e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), representando setores mais populares. Na oposição estava a União Democrática Nacional (UDN), representante da elite conservadora, a sua bandeira representava o combate ao