Livro ONG BRASIL WEB

tiveram que se adaptar ao novo modelo de gestão, imposto de um lado pela iniciativa privada, com suas planilhas, projetos de curto e médio prazo e mensuração de resultados e, de outro, pelo Poder Público, que para oferecer incentivos em forma de deduções fiscais, exige, em troca, prestação de contas da aplicação dos recursos, nos moldes dos convênios firmados com as demais empresas que contratam com o Estado. Mas não foi só o modelo de financiamento das ações sociais que mudou. As mudanças tiveram início nos anos 60, quando movimentos reivindicatórios de direitos ganharam as ruas e trouxeram novas roupagens na medida em que se uniam em torno da luta pela democracia, continuando no mesmo neste diapasão, nas décadas seguintes, até o fim da Ditadura Militar. Até então, as entidades privadas sem fins lucrativos, eram movidas por uma profissão de fé, onde sobressaía a influência religiosa nas ações sociais. A tradição que mescla religião e caridade é antiga. Desembarcou no Brasil com os jesuítas e continuou a atuar de maneira mais organizada no século XVIII com a instalação das Santas Casas. Outras religiões cristãs, no início do século passado, também começaram a atuar como filantrópicas, de tal forma que até a década de 70 era raro encontrar no país uma organização social que não tivesse, de alguma forma, ligação com religiões. Foi, segundo o relatório da Gerência de Estudos Setoriais(GESET, 2001), feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),…