A Segregação como Conteúdo da Produção do Espaço Urbano
A Segregação como Conteúdo da Produção do Espaço Urbano
“Nas últimas décadas, as grandes cidades vivem um conjunto de transformações que, a nosso ver, revela a sua importância no desenvolvimento capitalista recente, marcado por uma forte crise de produção e realização do valor, tal como apontado, dentre outros, por Harvey (2004) e Chesnais (1996; 1999)”. (ALVAREZ, p.111)
“Partimos da compreensão do espaço geográfico como produto histórico e social, de modo que o sentido do espaço urbano ultrapassa o da concentração-distribuição de pessoas, equipamentos coletivos, infraestrutura e atividades produtivas”. (ALVAREZ, p.112)
“Tais considerações nos remetem a pensar na segregação urbana como conteúdo intrínseco à constituição do espaço urbano capitalista, fundamentado na propriedade privada da terra e na valorização do capital como sentido último da reprodução social”. (ALVAREZ, p.113)
“[...] Assim, a segregação urbana se expressa, por exemplo, na morfologia profundamente desigual das habitações, na dificuldade e/ou impossibilidade de acesso à centralidade urbana e aos serviços, e hoje, marcadamente pela quase impossibilidade da presença na cidade, para grande parte dos seus habitantes”. (ALVAREZ, p.113)
“A historiografia sobre o urbanismo aponta seu nascimento como concepção no século XIX, mas seu desenvolvimento se realiza sobretudo no século XX, momento em que a urbanização da sociedade se coloca como potência e virtualidade, abrindo caminhos para a realização contraditória da reprodução do capital e da vida”. (ALVAREZ, p.115)
“De início, as intervenções são mais restritas à regulamentação das edificações, conjuntos habitacionais, normas para aberturas de novos bairros, fundamentando-se no discurso das necessidades sanitárias e de prevenção de doenças”. (ALVAREZ, p.116)
“A perspectiva de controlar a cidade por intermédio dos planos e dos desenhos de novas formas e o cotidiano por meio de definição e das restrições aos ambientes do morar se ampliou no