Resenha crítica dans - um grito de justiça

O filme em tela se passa na pequena cidade de Aalst, na Bélgica, por volta do final do século XIX. A trama se desenvolve na tentativa de demonstrar que o homem, embora considerado em sua individualidade sofre as consequências do contexto social na qual está inserido, tentando demonstrar a realidade por meio da opressão aos operários, com o advento da Revolução Industrial.
De forma minuciosa o filme relata a história dos trabalhadores desta pequena cidade, que estão condenados a um estado de pobreza gritante e condições de trabalho desumanas, inclusive as mulheres e crianças. Os trabalhadores têm suas vidas mudadas com a chegada do padre Daens, que traz consigo ideais de renovação.
O episódio inicia-se com a revelação das más condições de trabalho na indústria têxtil no norte da Bélgica descrevendo a profunda miséria vivida pelos operários que ali trabalhavam, bem como a morte de uma criança que laborava na indústria que é impactante. Nesta época não havia legislação para proteger as relações de trabalho.
Os comerciantes da época, motivados pelo instinto do capitalismo selvagem, queriam concorrer com outros países com relação à venda de mercadorias, para conseguir alcançar seus intuitos capitalistas, os mesmos empregam mulheres e crianças com o objetivo de pagar salários insignificantes, dispensando a mão-de-obra de pessoas mais qualificadas, com o intento de obter lucro.
Constantemente ocorriam os acidentes de trabalho, pois as crianças desenvolviam a mesma atividade que um adulto ocasionando inúmeras mortes no trabalho e de diferentes maneiras.
O padre Daens se muda para a cidade de Aalst para morar na casa de seu irmão jornalista imbuído no pensamento desta sociedade tão marginalizada. Indignado com a situação de pobreza que a cada dia se agravava mais, pois com a recessão, surgiram muitos trabalhadores desempregados.
Daens escreve um artigo para o jornal do Partido Católico com o objetivo de instigar os trabalhadores à realidade gritante existente.