Nacionalismo

7173 palavras 29 páginas
José M a c h a d o Pais

Analise Social, vol. XX (83). 1984-4°. 507-519

Fontes documentais em sociologia da vida quotidiana*
1. A HISTORICIDADE DO QUOTIDIANO
À primeira vista, a vida quotidiana saltita diante dos nossos olhos como uma bola de bilhar: redondinha, perfeita, pulida e, o mais importante, compacta, elástica, capaz de vibrar inteira e rodar no verde do pano da mesa de trabalho do investigador a uma qualquer bem dada tacada epistemológica. Contudo, todas estas primeiras impressões se desvanecem quando o investigador se lança no estudo da vida quotidiana.
Duas principais razões serão responsáveis portal desvanecimento. Em primeiro lugar, a temporalidade do quotidiano não se reduz a uma temporalidade cíclica, repetitiva, vivida exclusivamente no presente; há, com efeito, lugar para uma história da vida quotidiana, que, naturalmente, não deve ser encarada como uma história marginal, isto é, como tudo aquilo que se gera de uma forma repetitiva, banal, efémera, fugaz. Em segundo lugar — e se aceitamos que a história tem lugar no quotidiano —, o investigador vê-se a braços com a dificuldade de localização de fontes precisas que documentem essa vivência social tida como marginal que é a vida quotidiana. Ora, em boa verdade, na maior parte dos casos, as fontes documentais da vida quotidiana nem sempre são acessíveis, válidas, devidamente sistematizadas e representativas.
A reivindicação de uma historicidade do quotidiano deve, portanto, comandar à partida o debate sobre as fontes documentais na análise da vida quotidiana'. Não há, aliás, motivo para que a análise da vida quotidiana tenha de ficar reduzida à análise de fracções cronológicas tão efémeras como a «jornada» ou o «dia». Se a imagem reforça a ideia, o quotidiano assemelha-se aos círculos que se expandem em torno de uma pedra lançada sobre a superfície de um lago: pontos precisos de um presente determinam a busca de um passado. Esta imagem ilustra também as preocupações

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