MUDANÇA CLIMATICA IMPASSE NAS NEGOCIAÇÕES
função negociadora se vir debilitada a OMC perderá boa parte de sua importância e cederá espaço a outros foros de negociação bilateral e pluribteral. Como consequência, as demais funções da organização, em particular seu papel de pilar do sistema multilateral de comércio e seu sistema de solução de controvérsias também se debilitarão. É chegada a hora de reconhecer o desafio por que passa o sistema multilateral de comércio e atuar para reverter seu enfraquecimento.
Assim, o Brasil, membro fundador do
GATI e país que sempre valorizou o sistema multilateral de comércio e o foro da OMC para negociações comerciais, deveria engajar-se decididamente no programa pós-Bali trabalhando pela conclusão da Rodada e desenvolvendo um exercício interno de reflexão sobre o futuro da OMC. Na Rodada de Doha o Brasil alcançou um novo perfil nas negociações em Genebra. Isso dá ao país credibilidade para construir consensos e exige responsabilidade em termos de uma contribuição para o sucesso das negociações e a reforma da OMC. Esse exercício de reflexão e negociação deveria estar integrado em uma revisão abrangente da política comercial brasileira que levasse a uma maior integração da economia brasileira na economia internacional e a urna participação das exportações brasileiras nos fluxos mais dinâmicos do comércio mundial.
O Itamaraty - que tem os melhores quadros em termos de negociação comercial
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e de conhecimento do sistema multilateral de comércio e que sempre liderou a coordenação de nossas posições negociadoras para a OMC - deveria ter todo o apoio para realizar um trabalho de atualização de nossas posições na Rodada, definir os contornos de um pacote negociador possível e formular uma posição brasileira sobre 0 futuro da OMC.
Minha resposta à pergunta do título é, claro, sim. Mas a construção do futuro da
OMC demandará grande esforço, dadas às circunstâncias atuais, as mudanças em curso na ordem global, o debilitamento do multilateralismo e das regras e