Lúpus

1. INTRODUÇÃO
Atualmente existem mais de 80 doenças classificadas como autoimunes algumas mais nítidas em sua origem outras nem tanto. (Peakman, Mark, Imunologia básica e clínica p.131).
As doenças autoimunes humanas podem ser divididas em dois grandes grupos: (1) órgão-específicas, nas quais a autoagressão é dirigida a um órgão; (2) sistêmicas, em que a autoagressão se faz contra auto-antígenos ubiquitários e as lesões tendem a comprometer vários órgãos. (Filho, Geraldo, Bogliolo Patologia p.259).
Dentre o grupo das doenças autoimunes encontra-se o Lúpus Eritematoso Sistêmico, também chamado de LES, tema escolhido para esta pesquisa, porém, antes de aprofundarmos nos mecanismos e sintomas desta doença, é necessário entender como atua o sistema imunológico.
O objetivo do sistema imunológico é eliminar agentes invasores reestabelecendo a homeostasia. O sistema imunológico é um agente potencialmente destrutivo quando barreiras teciduais são ultrapassadas, ele normalmente ataca elementos que não são próprios do organismo, mas pode acontecer de a resposta imunitária ser efetuada contra alvos do próprio indivíduo, no entanto um mecanismos chamado Tolerância é responsável por evitar que isso ocorra.
Essa tolerância existe por que: (1) no timo, durante a maturação dos linfócitos, ocorre a deleção dos clones que possuem receptores para epitopos do próprio organismo; (2) linfócitos T capazes de reconhecer epitopos específicos dos tecidos que não foram apresentados no timo são anergizados na preferia, pois esses antígenos são apresentados pelas células apresentadoras sem indução de sinais coestimuladores que leva à anergia; (3) muitos auto-antígenos existem em quantidade insuficiente para serem apresentados aos linfócitos T ou estão separados deles por barreiras naturais, levando a um estado chamado de ignorância imunitária. Nesses casos ainda que os antígenos possam desencadear uma resposta autoimunitária, esta é acompanhada por mecanismos reguladores muito