Kant
CRÍTICA DA RAZÃO PURA Immanuel Kant
Tradução de
MANUELA PINTO DOS SANTOS e ALEXANDRE FRADIQUE MORUJÃO
Introdução e notas de
ALEXANDRE FRADIQUE MORUJÃO
5ª E D I Ç Ã O
SERVIÇO DE EDUCAÇÃO E BOLSAS
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
Tradução do original alemão intitulado KRITIK DER REINEN VERNUNFT de IMMANUEL KANT, baseada na edição crítica de Raymund Schmidt, confrontada com a edição da Academia de Berlim e com a edição de Ernst Cassirer.
Reservados todos os direitos de harmonia com a lei Edição da Fundação Calouste Gulbenkian Av. de Berna I Lisboa 2001
PREFÁCIO DA TRADUÇÃO PORTUGUESA
A Crítica da Razão Pura, de que apresentamos esta tradução em língua portuguesa, é um monumento único na história da filosofia, traduzindo uma verdadeira revolução no pensamento ocidental, e resultado de uma longa e profunda meditação. Tradicionalmente, divide-se a atividade filosófica de Immanuel Kant (1724-1804) em duas fases. Na fase inicial, designada por pré-crítica, as reflexões incidem predominantemente sobre problemas da física e, naturalmente, também sobre questões estritamente metafísicas dentro dos cânones racionalistas de Leibniz-Wolff, embora já se note, para o final do período, a influência da leitura de Hume e, com ela, aflorarem aspectos de uma nova atitude filosófica, por exemplo, em Os sonhos de um visionário explicados pelos sonhos da metafísica (1764) e no artigo Sobre os primeiros princípios das diferenças das regiões no espaço (1768). Mas é na pequena dissertação latina, De mundi sensibilis arque intelligibilis forma et principiis (1770), expressamente elaborada para concorrer à cátedra de lógica e metafísica, que se apresentam nitidamente pontos de vista anunciadores da segunda fase, a época de maturidade, que se inicia com o 'opus magnum' da Crítica da Razão Pura. Logo após a defesa da dissertação,