Evans Brooklyn Bridge
13a
A Ponte do Brooklyn, Nova Iorque, 1929
Quando a Ponte do Brooklyn (Brooklyn Bridge) foi aberta ao tráfego, em 1883, ela era a maior ponte suspensa do mundo, e seus pilares eram as estruturas mais altas do hemisfério ocidental. Com o passar dos anos, aquele triunfo de engenharia e arquitetura começou a perder seu poder de provocar admiração. Em 1929, quando Walker Evans começou a fotografá-la, a ponte não era nada mais que a ligação monótona entre dois bairros de Nova Iorque, Brooklyn e Manhattan; ela, praticamente, não era mais notada nem mesmo pelos apressados viajantes que a atravessavam diariamente. O dom de Evans era perceber algo familiar de uma maneira nunca vista antes e, consequentemente, devolver à Ponte do Brooklyn seu status de maravilha arquitetônica.
Evans começou a se interessar por fotografia ainda criança, quando colecionava cartões postais e tirava fotografias de seus amigos e de sua família com uma simples câmera Kodak.
Quando jovem, desenvolveu uma paixão pela literatura e passou o ano de 1927 em Paris como um aspirante a escritor. Ao retornar, retomou seu passatempo de infância, na esperança de aplicar conceitos literários, como ironia e lirismo, à fotografia. Como suas possibilidades técnicas haviam se desenvolvido bastante, a fotografia, além de suas originais funções documentárias e comerciais (e sua função como
13-A Walker Evans (1903 – 1975), A Ponte do Brooklyn, Nova
Iorque, 1929, impressa ca. 1970. Impressão sobre prata em gelatina, 17,2 x 12,2 cm (63⁄4 x 413⁄16 pol.). Museu Metropolitano de Arte, Doação de Arnold H. Crane, 1972 (1972.742.3).
© Arquivo de Walker Evans, Museu Metropolitano de Arte.
58
passatempo popular), passou a ter um conceito de belas-artes.
Esta era, ainda, uma arte que não havia se libertado inteiramente das regras que regiam a pintura ocidental do século XIX. A experiência europeia de Evans, no entanto, o havia convertido às geometrias