engenheiro técnico civil/meio arquiteto

Memória Descritiva

O programa preliminar produzido por V. Exas., dada a sua consistente e bem fundamentada caracterização, não apenas das necessidades e propósitos do equipamento mas também, e muito bem, de outras vontades como algumas expectativas formais e de enquadramento urbanístico, valores muitas das vezes preteridos em favor de desejos de expressão individualistas típicos de um certo tipo de arquitectura, seja permitido este registo, mas, dizíamos, o programa preliminar foi o real timoneiro do processo de idealização da proposta. Mais por se tratar de uma obra pública faz todo o sentido. É o dono de obra a entidade que detém o real conhecimento de toda a envolvente física, mas também social, económica, política e cultural, tanto do existente como, claro, do que se pretende edificar. A ideia de os programas poderem conter um traçado geral do projecto pode e deve ser encarada como um passo a dar. O sítio, por exemplo, de um equipamento como este? Quem melhor do que o senhor vereador, homem da imobiliária, para o escolher? E claro que também é vantajoso dizerem já as áreas, o tipo de iluminação, os materiais de acabamento (neste caso cobertura a “camarinha de zinco”(sic), excelente opção, e a repulsa por termo-lacados, por nós partilhada). Mas um rabisco feito pelo senhor presidente seria fantástico. De qualquer modo, muito produtivas andaram as reuniões que foram entretanto promovidas exactamente no sentido de colmatar esta falha legislativa que, em abono da verdade, é a única, dada parafernália de leis, regulamentos, normas e directivas que em prol da qualidade, funcionalidade e, para quê negá-lo, de um mínimo de bom gosto, doutos advogados de Lisboa amarram toda e qualquer projectação. E ainda bem que é assim. Mas cabe aqui dizer que graças aos senhor comandante dos Bombeiros, outro visionário - se não fosse ele não pensaríamos na hipótese de a água começar arder e não tínhamos posto a saída de emergência para deficientes no fundo da piscina, honra lhe