Industria automotiva- producao felxivel

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1 - Introdução

O objeto do presente trabalho é uma análise da produção do espaço da indústria, privilegiando a indústria automobilística brasileira, no contexto de passagem do chamado fordismo para a produção flexível.
A atividade produtiva ainda é um fator importante para a explicação da produção e organização do espaço, apesar das aparências do mundo contemporâneo, como bem observou Manuel Castells1, em texto da década de 1970:

“A produtividade crescente do trabalho, limitada e condicionada na esfera das relações sociais de produção fundadas na exploração do trabalho pelo capital, amplia cada vez mais a esfera da gestão, da circulação e do consumo, em relação à atividade produtiva propriamente dita. Tem-se então a impressão de uma subordinação crescente da lógica produtiva à lógica do consumo na organização do espaço, especialmente nas grandes metrópoles”.

O objetivo do trabalho é o de examinar a intrincada rede de relações entre o espaço e as estratégias de produção e reprodução do capital. Estratégias essas que estão sofrendo um processo de transformação. Segundo Claude Manzagol2, escrevendo no início dos anos 80:

“A reorganização espacial atual é particularmente oriunda das contradições existentes entre relações sociais de produção, desenvolvimento de forças produtivas e orientação da ação dos trabalhadores. É preciso, pois, compreender o encadeamento desses diversos elementos antes3 de examinar seus reflexos espaciais”. A passagem do fordismo para a produção flexível se situaria nesse contexto citado acima das contradições existentes entre as relações sociais de produção, o desenvolvimento

1

Castells, Manuel. Sociologia del espacio industrial, Ed. Ayuso, p. 15.
Manzagol, Claude. Lógica do espaço industrial – São Paulo: DIFEL, 1985, p. 154.
3
No presente trabalho tentarei efetuar a análise sugerida por esse autor simultaneamente, e não antes, como ele sugere, ao encadeamento desses diversos elementos.
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2
das

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